ARTE NA UNIVERSIDADE KATYAVALA BWÎLA

Publié le par James E. Cliff

 

Arte sendo linguagem é geralmente estudada pelas disciplinas como estética e filosofia da arte. Como objecto que nos informa sobre o passado de um povo, a arte será estudada pela história da arte e antropologia da arte. Prefiro limitar-me nessas quatro disciplinas partindo de pressupostos que Angola, e particularmente a província de Benguela e sua vizinhança possuem potências para cobrir a sua efectividade.

 

Problemas:

 

Estética, filosofia da arte e Benguela.

Algumas modalidades da arte – poesia/literatura, artes visuais (dança teatral, pintura…) – são visíveis em Angola, e particularmente em Benguela. Por um lado parte de gosto individual, mas por outro aparenta ser sequelas da cultura local. Salientando que algumas dessas modalidades são patrimoniais (tradicionais, na linguagens de alguns especialistas), é notória a presença da contemporaneidade, embora tudo fique ainda na praticabilidade (que necessita de aperfeiçoamento, de certo modo). Quer os cânticos patrimoniais a volta da fogueira, tanto como a entoação de poemas precisam de uma sistematização que somente a estética ou a semiótica ou ainda a filosofia da arte poderá melhor fazer compreender.

 

História da arte e Antropologia da arte e Benguela

A presença de regiões arqueológicas assinaladas desde o tempo colonial coloca Benguela entre as prioridades. Ora, uma marmita e uma faca em madeira encontradas numa escavação arqueológica serão apreciadas de ponto de vista histórico e antropológico. Talvez a marmita tenha motivos decorativos encontráveis noutras regiões, o que interessa o antropólogo. Aliás, só o facto de serem objectos em madeira – o que não justificaria a sua utilitariedade – implica apreciações antropológicas. Mas como objecto, só poderá encontrar os instrumentos de explicação na história da arte.

 

O que fazer?

 

Partindo de pressuposto que a universidade serve da institucionalização académica da arte, convém avançar porém, que o estudo da arte parte da existência de três instituições: (1) instituições promocionais: exemplo: trienal de Luanda, Bienal de Veneza, Colóquios, Conferências e outros circuitos nacionais ou continentais com extensões internacionais, leis de mecenato ou de bolsa de criação (promovido pelo Estado) como é o caso de Premio Nacional de Cultura e Artes; (2) instituições académicas: Faculdade de Belas-Artes, Faculdades de Ciências Humanas (onde encontramos estética, filosofia da arte, antropologia da arte…), museus; (3) instituições de matriz: ateliês dos artistas, sala de teatro com as condições dentro dos padrões universais, galerias para os artistas como instrumentos de intercâmbios entre os nacionais para lançar-se nas arenas regionais, continentais e internacionais.

 

Agora, num contexto real, o que a Universidade Katyavala poderia fazer?

 

Embora não estejamos bem posicionados para responder, nada impede que sugerimos. Para já a Universidade, como já se frisou, é uma instituição académica que poderá:

Nos dias vindouros criar uma Faculdade de Belas-Artes onde poderá formar fazedores da arte dentro dos padrões universais, nas artes visuais, artes de espectáculos, belas-artes, etc. Ou ainda criar cursos – consoante a disponibilidade dos especialistas que disponibiliza a universidade, relativos aos propósitos da Arte. Essa necessidade impõe-se pela geografia artística da região: encontramos vários “sites” que, para sua conservação através da reprodução por exemplo, necessitará bons técnicos superiormente formados. Por outro lado, no IIIº Simpósio da Cultura Nacional, o chefe de Estado prometeu um museu nacional contemporâneo que, na verdade, terá mais relevância caso disponibilizássemos dispositivos institucionais como cursos sobre arte cujos formados terão um espaço laboral e aceitação dignificada na sociedade;

Nos dias vindouros criar uma Faculdade de Ciências Humanas (caso não existisse) a fim de facultar a disciplina no “fazer da arte” que poderá proporcionar a eventual faculdade de Belas-artes. Seria interessante, realmente, caso se criasse os dispositivos eficazes na solidificação dos cursos já existentes na sua extensão para arte. Exemplo: no curso de antropologia ou da sociologia ou ainda de psicologia… pode se introduzir – dentro das normas pedagógicas – a antropologia da arte ou a sociologia da arte ou ainda de psicologia da arte. De realçar, também, que o museu é uma instituição científica que necessita de autonomia na sua gestão e afiliação com a universidade. Logo caso considerássemos o museu contemporâneo prometido, também existirá espaço laboral para os especializados na antropologia da arte, psicologia da arte…

 

 

Eis a nossa humilde sugestão que, de certo modo, poderá servir de reflexão para introdução da arte na Universidade Katyavala Bwîla.

 

 

Autores:

 

António Tomas Ana

Grau: Licenciando em Filosofia (American World University)

Instituição: Instituto Etona

Contacto: 923311509/919940856

&

Patrício Batsîkama

Grau: Doutorando na antropologia politica e Religião (Universidade Fernando Pessoa)

Instituição: Instituto Etona e Hominem Intelligenda

923450674

Publié dans worldart

Pour être informé des derniers articles, inscrivez vous :
Commenter cet article