Article sent by P. Batsikama

Publié le par James E. Cliff

Que filosofia educacional para Educação de Arte em Angola?

 

Patricio Batsikama

 

 

O Ministério da Cultura dispõe no INFA (Instituto Nacional de Formação Arística) quatro Escolas principais, nomeadamente: Escola Nacional de Dança, Escola Nacional de Música, Escola Nacional de Artes Plasticas e Escola Nacional de Teatro. Por questões de reforma, estão em implementação a sua conversão em Instituto Médio de Arte. A seguir vamos tentar passar as nossas sugestões para amelhoria nesse ensino nos próximos tempos.

 

 

I.                   Problemática

 

Regra geral, todo sistema educacional é basicamente uma resposta satisfatória e relativa à uma ‘kyrielle’ de perguntas: 1) quais são os valores sociais visados?; 2) quais são as determinantes inerentes à política consoante as exigências e realidades correntes?; 3) qual é a filosofia que define as constantes históricas e variantes sociais?

 

 

Como podemos logo a partida o remarcar, essa resposta satisfatória não pode de maneira alguma ser apretechamento duma angolanidade (incompleta e débil[1]), nem responder exclusivamente aos dogmatismos dessimilados na onda política, nem tão pouco basear-se nas leis precipitadas e deduções impetuosas que inevitavelmente são resultado dum monotonismo visional ou visão unilateral. É preciso uma filosofia e (ou seja uma sociologia) imparcial e realmente científica. Por essa razão, vamos aqui tentar dar explicações plausíveis falando duma maneira limitada sobre a filosofia educacional que é ou talvez pode ser útil para Educação no futuro Instituto Médio de Arte (IMA).

 

 

INFA actual tem seus problemas de ordem educacional, mas comentemos apenas três:

 

 

1)       Falta de âmparo por parte dos constituintes. Pelo menos o Estado, desde a independência tem estimulado a educação artística até porque o seu primeiro presidente foi «poeta» e o seu actual presidente «amante» da música e arte em geral... a pesar duma linha-mestre educacional baseada na angolanidade apriorística então forjada pelos alguns mplaistas «eminentes» da época. Da mesma forma que não existe uma grafologia cristã, nem psicologia liberal ou conservadora, porque limitadas nas opções e campos nocionais a filosofia educacional resulta perfeitamente quando os seus «arquitectos» de planos educacionais primam imparcialmente para ciência e padrões pedagógicos;

 

2)       Incapacidade do corpo docente ou por falta de dedicação ou de preparação condigna. A pesar do Estado possibilitar uma logística para «normalizar» o ensino em Arte, ainda encontremos problema de incapacidade no corpo docente. Dum lado é comum ver sociólogo ensinar estética ou um pianista ensinar bateria. Como o dizia Sócrates, tal procedimento não resulta perfeição. Talvez por falta dos especialistas... talvez receia-se bem pagar aqueles que podem melhor ensinar... De outro, alguns são formados onde a credibilidade é pouca ou nula mas demostra grande capacidade técnica, ou seja outros são formados onde há grande credibilidade, mas não têm boa prática. Como João Pinto o diz «pode se comprar diploma com dinheiro; mas com o mesmo não se compra a inteligência»... O trabalho preliminar dos Cubanos no INFA[2] deixou-nos mais preocupados ainda... Nota-se, também, um certo poderismo que faz com que essa inequação não favoreça uma Educação normal na nossa instituição. Também o corpo dicente parece ter debilidades. Sem necessidade de ofender alguém, encontramos alunos maior de idade e muitas vezes com vício de bebida, mãe ou paí de filhos, tendo outras ocupações, e sobretudo frustrados, etc. Logo não assimilam devidamente...;

 

3)       Pode ser uma consequência da deficiência educacional. Salientemos vamos aqui tentar ser rigorosamente científico. E falando das causas, é notável que existe uma incompreensão dos verdadeiros objectivos. INFA(C) responde aos planos hoje defeituosos porque, não parecem sinceros às normas científicas ou pedagógicos porque baseados em tentativas formuladas com pouca especialidade (pela sua superficialidade), onde as concessões pessoais erigidas em regras se confundem com as verdadeiras visões sociais. Eis porque os Cubanos sempre foram «opção» para salvar a essa situação... enqunto não duvidemos que hajam angolanos «soltos» que se possam possibilitar a sistematização dum eventual «aparelho educativo funcional»: acto de patriotismo. Não é só o «povo» que deve ser patriótico, os governantes sobretudo devem dar exemplo.

 

 

II.                Causas

 

Se eu misturar oxigénio com hidrogénio em perfeitas condições terei água. O que significa «água» é consequência; hidrogénio e oxigénio serão «causas». Nesse caso, quais são as causas do Ensino no INFA?

 

 

1)       Durante a longa época da guerra vivemos na anormalidade. Normalmente, o progresso mental e material da civilização globalizante deve servir de aval para qualquer sociedade possibilitar uma simétria em relação ao progresso mental predefinido pela sua Educação Nacional. Pequeno atrazo pode lhe custar tragédia e neocolonialismo a favor daqueles que melhor denominam o mercado contemporâneo das necessidades. É nessa anormalidade que o discurso aprioristica de angolanidade terá determinado até a Educação em geral e especialmente a Educação Artística. A pesar duma necessária reforma... as sequelas da guerra e de angolanidade apriorística ainda não favorecem a normalidade;

 

2)       Pouca preocupação específica na Formação Artística. O Ensino artístico é bastante copioso e requer muitas despesas porque vai além do circlo normal educativo. Arte sendo a própria vida, o aprendiz da Arte deve se inserir desde já na sociedade artistica através de clubes e associações;

 

3)       Ausência dos elementos estratégicos que sustentam a arte: museus, galerias, bienais e outros festivais regulares e verdadeiros, universidades, etc. que permitem a participação activa dos «formandos». Eis porquê muitos dos finalistas no INFA pensam ser artístas uma vez o curso concluido... Tal aberração deve ser evitada, sobretudo nos «formandos» para ipso facto evitar a falha na formação dada. Também eles precisam dominar uma terminologia apropriada a sua especialaidade com maior rigor: evitar chamar qualquer espaço de Galeria enquanto esse tem as caracteristicas bastante concisas, para citar apenas esse exemplo;

 

 

III.             Educar é exercício filosófico

 

Toda sociedade organizada procura controlar o seu funcionamento, favorecendo uns, prohibindo outros e – princípio de base – estabelecer as suas sanções. Para isso, é preciso «Educar», e a Educação sendo um compéndio de influências que a sociedade faz actuar no indivíduo afim de socializá-lo. Logo é preciso «pensar» ou seja filosofar sobre o destino (futuro) que se pretende para a sociedade.

 

 

Aliás na sua obra «República», Platão coloca na boca de Sócrates as seguintes palavras: «..devemos começar por vigiar os autores de fábulas e selecionar as que forem boas e proscrever as más. As que forem escolhidas, persuadiremos as amas e as mães a contá-las às crianças, e moldar as suas almas por meio das fábulas, com muitos mais cuidado do que os corpos com as mãos. Das que agora se contam, a maioria deve rejeitar-se». (377c). Quer com isso dizer que Educar é por natureza um exercício filosófico.

 

 

IV.              Filosofia educacional

 

O que de facto é a filosofia educacional? Começando pela filosofia, digamos que ela tem exercido, bem que sempre ignoremos isso, uma ampla e considerável influência indireta até mesmo sobre a vida das pessoas que dela nunca ouviram falar. A Grande Constituição (americana) deve quase tudo a John Locke; a Revolução Francesa de 1789 é interiramente influenciada pelo J.J. Rousseau; e a filosofia da Reconciliação Nacional em Angola deve muito ao Agostinho Neto; etc.

 

 

E se a filosofia tem capacidade de influenciar até nessa dimensão, obviamente que – como Sócrates o tentou fazer – deve ser a responsabilidade do Estado determinar uma filosofia que irá orientar a forma que pretende que seja o «Angolano socializado».

 

 

Definimos a «filosofia educacional» como conjunto de ferramentas funcionais que orientam um «ideal» para a formação do povo, salvaguardando porém os valores positivos, regrando e vegetando a sua socialização ao longo das gerações vindouras numa sociedade cada vez mais coerente, coesa e relativamente bem preparada para enfrentar desafios contemporâneos.

 

 

IV.              O que fazer?

 

1) Definição contemporaneizada dos objectivos que deverão rigorosamente ser aplicados na reorganização do sistema educacional. Precisar-se-á dos pensadores (filósofos e sociólogos) para municiosa e detalhadamente identificar a «patologia social» angolana para depois propor sugestões quanto à sua resolução através do Ensino. Portanto, literalmente isso cria uma série de insatisfação que normalmente é equilibrada pela assídua motivação investigadora (doravante) assumida pelas pessoas formadas na área. Emvez de solicitar a vinda dos Cubanos por exemplo, convém estabelcer um balanço de vantagens e desvantagens, tendo em aposição outro procedimento. Com a Medecina (Hospital Militar) sob comando dos Cubanos já temos um exemplo evidente. Porquê não optar o envio dos bolseiros angolanos visto que com isso ganharemos uma riqueza incontornável: formação de recurso humano? Vão ser eles os «agentes adequados» para materialização da «definição dos objectivos... na reorganização do sistema educacional». No entanto, solicitar a vinda dos Cubanos até pode um dia ser considerado como um «luxo ridículo». Não tenho nada contra os Cubanos, até porque participo pessoalmente na solidariedade dos cinco Cubanos presos nos EUA. Mas trata-se do meu país, ali está o problema: devo actuar de forma que o meu país ganhe. Porém, não significa que o facto de termos muito petroléo e diamante, que devemos disbanjar os seus «revenus». Temos um exemplo bíblico com o «filho pródigo» que mal geriu a riqueza do pai. Aliás essas riquezas acabam: Índia já alguma vez produziu o diamante mais precioso do mundo... Também a Cultura não é simplesmente um domínio consumista[3]. Pode contribuir efectivamente no avolumamento das caixas do Estado... E com o futuro IMA, pode se pensar nisso de forma correcta e inteligentemente sistematizada;

 

 

2) Determinar programas. Possibilitar matérias de formação (livros didácticos) tendo em conta o património comum angolano para o engrandecimento da Reconciliação Nacional. A grande preocupação que talvez a primeira República terá falhado foi de «reunir os Angolanos». Aqui podemos tentar reforçar a existência dos valores angolanos contemporâneos. Assim sendo, deveriamos começar por cientificar os artistas angolanos: é muita pena que as músicas de Elias Diakimwêso ainda não foram solfejadas. Tal começo pode se fazer com os cânticos populares e outras canções marcantes da nossa História comum. E o actual INFA tem professores capazes para efeito, pelo menos aqueles com quem conversamos. Uma vez cientificados seus autores poderão sustentar o eventual classicismo propriamente angolano, quer dizer nomenclaturado pelos próprios angolanos com seus padrões não tão contrários dos cânones universais. Assim poderá acontecer com as artes plasticas, teatro, dança, etc. Logo veremos quanto mais a Cultura também é produtiva e não somente consumista. Emvez de simplesmente aprender Mozart ou Beethoven, os nossos formandos terão saboreados «Mikûnga» das aldeias, canções populares que acompanharam a nossa independência, Filipe Mukenga, etc. «De Cabinda ao Cunene» terá sido um slogan sofista, e não duvido a existência de pessoas que cientificamente têm disconcordado com isso. A propósta de Victor Kandjibanga sobre «angolanidade» por exemplo não é «mera contestação», mas sim uma excelente sugestão para construção da nação angolana. Falta só fundamentar mais...;

 

 

3) Determinar: a) o corpo discente: na sua matricula por exemplo, velar pelas orientações pedagógicas dando amplitude das personalidades; b) o corpo docente: deve ser formado para o efeito, bom conhecedor e evitar incongruência na sua formação em relação às disciplinas administradas. Já tentamos isso mais atrás. Muitos dos nossos alunos já são adultos. Talvez nas próximas vezes, se estude esse fenómeno. A maioria dos estudantes mostram vontade – talvez por não ter outro refúgio – mas outras situações alheias ou/e inerentes às suas realidades sociais fazem com que não prossigam seus estudos devidamente ou seja conseguem intermitentemente o fazer: são responsáveis de famílias, viciosos no álcool, perdedores de noites, menos ocupados nos estudos, etc. Cabe a futura Direição do IMA pensar na resolução desse problema, porquanto formar um frustrado sem acabar com a sua frustração é lhe oferecer indefinições e indecisões nas suas ferramentas que em pouco lhe ajudarão no restante do caminho que ainda tem para fazer;

 

 

3) Sendo arte «liberdade» é imperativo promover dentro da instituição a criação e a quase-autonomia de associações e clubes (actividades ultra-classes[4]), mas esses devem responder à uma serie de regras a observar. Contudo não se deve esquecer o «objectivo-master»: educar. Simples vocábulo, «educar» involve actividades físicas e psicológicas tanto no educador assim como no educante. Os Kudiristas «Os Lambas», «Os Kalunga matam», o músico Caló Pascoal, etc. são exemplos de «marginais» que se «inseriram(?)» na sociedade. E, escolheram Arte. É preciso sublinhar que os Educadores (pelo menos os decisores) devem saber o tipo de aluno que ingressa na Escola de Arte. Muitos deles são de tendência «marginal» e como Arte parece «linha fácil» para «convergir» com seus velhos hábitos... surge na primeira tentativa. Por isso é preciso uma Educação séria, assumida pelo professores que melhor conhecem sua deontologia, e acima de tudo forjada pelos pedagógos-psicólogos. De outra forma, a Educação pretendida poderá falhar ao «objectivo-master». Não é suficiente termos professores, mas sobretudo, devem eles conhecer a sua deontologia do professor no Ensino específico de Arte. O Director actual possue capacidade técnica para o efeito. «Tuvîngila....», quer dizer esperemos que se estabeleça uma deontologia dos profesores no Ensino de Arte e uma linha eficiente para sua concretização. Senão vamos chocar com a própria formação: enquanto «arte-liberdade» em clubes e associações é imperativa, ao mesmo tempo deve ser acompnhada pelos especialistas cujo seu mester está realmente pre-forjado por uma deontologia a seguir rigorosamente. Aconselhemos as considerações de Sócrates que no momento actual se justifica conosco: «... nós empidimos que o sapateiro tentar ser ao mesmo tempo lavrador, ou tecelão, ou pedreiro, e só o deixámos ser sapateiro, afim que a obra de sapateiro resultasse perfeita; e, do mesmo modo, a cada um dos outros atribuímos uma única arte, aquela para a qual cada um nascera e que havia de exercitar toda vida, com exclusão das outras, sem postergar as oportunidades dese tornar um artífice perfeito...» (Platão, República, 374c). Existem professores dentro do INFA cujas suas outras ocupações «pseudo-professionais» não lhes permitem formar com perfeição, porque essas não têm nada a ver com a arte. Sem com isso lhes conspirar, até porque precisam de vários salários para «sobreviver» aos «calores» de Luanda, queremos dizer que a filosofia educacional do futuro IMA deverá velar por uma formação satisfatória e não remendada: são filhos alheios! Foram-nos humildemente confiados pelos seus pais. Que feio para nós, se falhemos a essa missão?!

 

 

V.                 Dimensão psicológica

 

Quem diz formação, implica o exercício psicológico: trata-se da construção do individuo, ou seja modelar a sua personalidade. A personalidade pode ser o fenômeno mais complexo estudado pela ciência. E bastante fascinante, dado que todos nós desejamos nos conhecer e conhecer outras pessoas com as quais convivemos. Saber o que em nós é comum a todos os indivíduos e o que mais nos distingue deles, está no centro do interesse da Educação. Conhecer nossas qualidades positivas e controlar nossos traços negativos é uma preocupação diária. Somente um «Bem-Educado» procede dessa forma: auto-censura, pouco egoismo, tolerância, etc. são produtos da Educação.

 

 

Nesse caso, a filosofia educacional deve velar pela preparação psicológica dos formandos, o que implica que os Formadores devem ser preparados para tal missão. Ainda é uma tradição em Angola dizer ou ouvir dizer que «Arte é para os marginais» ou «deliquentes», ou como dizem alguns para os «dementes», ou «falhados» noutros ramos. Isso requer uma reformulação do curriculum escolar, desde a entrada até a saida do já formado.

 

 

É facil e tão giro gerir seus próprios bens do que gerir os bens públicos. Se não formos fiscalizados no presente, a História muitas vezes fiscaliza (desta vez) o nosso prestígio assim como das nossas famílias. Ora, quando é-nos confiado a gerênça da formação de pessoas duma interminável variedade de traços da personalidade, é preciso termos ferramentas adequadas para estruturar a personalidade de cada um na base das nossas realidades históricas, sociais com visão dum futuro favorável. Com isso devem essas ferramentas obedecer a um espirito, ou como o diria Montesquieu, «Esprit des Lois». E quando falhamos com isso, a fiscalização é maior, reflexa até eterna.

 

 

Por essa razão a formação Média de Arte, de forma básica, obriga a observância duma deontologia. Directores, funcionários e Professores numa Instituição de Arte devem observar uma série de leis comportamentais perante a Instituição que ossaturam afim de atingir seus objectivos.

 

 

Definições

 

Deontonlogia: do grego «deon(tos) que significa «o que se deve fazer» e de «logos» discurso, deontologia  significa 1) conjunto das regras e dos deveres que regem uma profissão; a conduta daqueles que exercem uma mesma profissão; 3) relações (ou relacionamentos) entre pessoas da mesma profissão e essas perante seus clientes ou apreciadores.

 

 

Profissão significa actividade regular exercida para ganhar a sua vida. Ou seja métier. Aliás, o catolicismo entende por «profissão» o «engajamento duma criança baptizada quanto à sua fé». A palavra vem do latim «prŏfissione» que quer dizer uma «declaração oficial» que normalmente é impossível renunciar ou contrariar. Aliás, o adverbo latim «prŏfissē» significa «sem voltas».

 

 

A deontologia... consiste no conjunto de regras e princípios que regem a conduta de um profissional, uma ciência que estuda os deveres de uma determinada profissão.

 

 

Da Deontologia...

 

Será possívlel uma deontologia para Directores, funcionários e professores numa Instituição de Arte? De antemão, comecemos por comentar a deontologia da liderânça (para o Director), dos funcionários (do Estado nessa Instituição) e dos Professores.

 

1)       Liderânça: todo líder, e nesse caso o Director, deve conhecer as nove lições básicas de liderânça: a) ter visão e saber comunicá-la quer na eloquência tanto como na inteligência mas nisso deve ele ser clarividente para alvitrar saidas às novas exigências educativas; b) mostrar respeito ao tratar seus partenários (ou como os angolanos gostam de o dizer, seus funcionários(?). Em princípio são funcionários do Estado e nunca do dirigente. No entanto, deve esse procurar oportunidades que permitam o desenvolvimento e espansão de carreira dos seus «aliados» e funcionários (do Estado); c) fazer de forma que o conjunto dos constituintes constitue um aparelho em perfeito funcionamento: conhecer no máximo possível os funcionários, professores, alunos e dispor duma capacidade intelectual para lhes gerir. Ser óptimo conselheiro e tomar iniciativas inteligentes: isto é, como é tradição em leadership, o líder é o escravo dos seus «funcionários»; d) Escutar e dar mais atenção na observação que lhe permite conhecer os princípios dos problemas da instituição que encabeça; e) criticar menos do que comentar e substanciar a positividade a cada falha: isso requer uma postura positivista e demostração de sabedoria e versatilidade; f) estabelcer relações funcionalmente inter-depedentes no seio da instituição que dirige, dado que a sua continuidade no aporte socializante depende dum «relationship» estruturalmente fundado nas motivações dos constituintes; g) evitar mostrar uma atitude demasiada séria, até porque pode isso se confundir com as aspirações subjectivas ou seja o futuro poderá lhe condenar por ter sido deshumano. Todo líder é humanista e moralista: desde Sócrates ou seja desde as nossas aldeias tropicais, «educar é acto de moral»; h) esteja «presente» física e espiritualmente, dê intensão ou até imprensão de que estará sempre presente para resolver eventuais problemas que possam surgir. Quer dizer deve confiar em si mesmo para depois saber servir o resto. Deve ter planos e objectivos lidéricos que possam levar a intituição que dirige ao ponto prestigioso do «ranking»: isto é todo director possui uma micropolítica, uma conotação administrativa que reflete sua personalidade (originalidade), evolue numa creditação adquirida ao longo das suas experiências;

 

2)      Professores: a) devem ser profissionais. Não é aconselhável que os Educadores de Arte não estejam profissionais. E isso por três razões: a primeira se relaciona com a realidade de Arte em Angola. Confunde-se com deliquentes ou malucos os músicos, os artistas plásticos, etc. Ora reverter essa situação não poderá bem resultar quando essa educação é assumida por não-profissionais. Um pianista que só toca e ensina tocar piano, será um perfeito professor em relação a, por exemplo, um outro professor que ocupa uma hora diária se interessando no mesmo instrumento. Como é óbvio, a educação resultará perfeição se for o primeiro a lecionar piano. O segundo ponto é o facto do nosso país ter vivido muito tempo na guerra. A juventude angolana nasceu e cresceu na guerra, ou seja na desordem, confusão, anormalidade, etc. Fica difíl por ela alguma normalidade sem orientação. Da mesma forma que as ruas luandensas estão cheias de buracos, é muito provável que assim também sejam as mentalidades dos seus habitantes... Estão a ser construidos prédios e torres em Luanda partindo «velhas casas», embelezando a cidade. Que tal que se faça o mesmo nas cabeças dos Luandenses (ou melhor os Angolanos)? Então, os professores são as pessoas mais indicadas para o efeito, dado que a socialização fora do Ensino é fraca e esses (professores) devem ser realmente profissionais devido as realidades angolanas e as da Arte (em Angola ou qualquer parte do mundo). O último ponto é capacidade pedagógica e investigativa dos professores. A capacidade pedagógica implica suporte psicológico, sobretudo em relação aos alunos que engressem no Ensino. Logo, a preparação das suas aulas deve visar objectivos concretos, em extrema congruência com as aspirações do seu líder. Quanto a capacidade investigativa, é imperativo que o professor tenha suas ideias próprias, suas posturas opiniáticas conhecidas dos seus Estudantes. Isso estimula esses últimos a imitar seus professores, de forma que a sua acção aqui cumpre com os objectivos pedagógicos (conduzir a criança); b) os professores devem possuir «background» suficiente para lidar com os traços (debis) de personalidade dos alunos, aliás é justamente por isso que são bem(?) pagos. Os alunos da Arte são relativamente revoltuosos, e nesse século XXI da Internet, a curiosidade lhes leva a possuir diversas informações que confundem com conhecimentos científicos. Cabe portanto ao professor ter capacidade psicológica e científica de saber demonstrar (pois não convencer) ao aluno as realidades das informações que possue e as do conhecimento científico. E deve o fazer com tão naturalidade sem exitar-se. Muitos dos alunos assistem aulas embreagados ou alterados pelos problemas familiais ou outros. E se o professor não saber lídar com a situação, a sua missão falhará; c) o professor não pode ser autoritário, mas deve mostrar na sua «personalidade» algum respeito que cada aluno terá notado. De outro modo deve ele ser um líder diante dos seus alunos (assim como vimos atrás). Precisa dos valores como empatia, congruência, consideração positiva, os princípios basilares da corrente anti-autoritária forjada por Carl Rogers, etc. Também, manter toda a sua pertinência quanto a «façon» pedagógica. De facto o professor nunca está sozinho nessa missão, nele estão relacionados actores complementares: alunos, directores, funcionários, etc; d) o professor é «peça constitucional da Educação». Deve ele ter noção disso e proceder como se deve, com responsabilidade e mesuradamente cumprindo uma das funções mais decisiva na sociedade; e) sendo a ferramenta da filosofia educacional, o professor deve, ao longo de suas explicações durante as aulas, ter em mente que é efectivamente como um farol na elucidação dos formandos, também lembremo-lhe, principalmente para os professores que tenham formação distinta daquela que seus alunos estão se formando, que emprestem sua competência e acima de tudo experiência para evitar que seus ensinamentos sejam distorcidos. Arte e as realidades angolanas requerem isso;

 

Continua

 



[1] Tal como entamos o demostrar.

 

[2] No segundo semestre do ano 2006, estiveram em Angola, uma equipe dos Cubanos com objectivos de estudar as realidades educacionais na formação artística, com propósito de junto com os Angolanos, reformular o sistema educativo.

 

[3] Angolanidade apriorística fez da Cultura em Angola algo consumista porque seus forjadores intensionaram controlar as mentalidades das massas. Como é bem conhecido, as ciências sociais atrazaram ser administrados em Angola, por simples razão que não se podia manter equilíbrio com monopartidarismo. É dai que a Cultura foi «controlada» através duma angolanidade cujo evangelho parecia favorecer mesmo aqueles a que desviava os objectivos.

 

[4] Assim como criar rede com as associações de arte no país.

Publié dans worldart

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